segunda-feira, 27 de junho de 2011

Começa o começo!




"Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para o meu pai e pedia: - " Pai, começa o começo." O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois , sorridente ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito. Meu pai falaeceu há muito tempo ( e há muitos, aliás não sou mais criança). Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, "começar o começo" de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje as minhas "tangerinas" são outras. Preciso "descascar" as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas do núcleo familiar, o esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então , o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e até mesmo as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios. Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis... Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido por papai quando lhe pedia para "começar o começo" era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir a ajuda de Deus, meu Pai do céu, que nunca morre e sempre está está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do céu, é eterno e que seu amor é a garantia das nossas vitórias. Quando aq vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus: " - Pai, começa o começo." E Ele não só começará o começo, mas resolverá toda a situação para você." Encontrei este texto no site de Ana Maria Braga, não sei quem é o autor, poderia ter sido escrito por mim, mas não fui eu que escrevi, mas gostaria de te dizer que seja qual for a tua "tangerina," "aquele que começou a boa obra aperfeiçoará." E lembre-se sempre da palavra que encontra-se no salmo 121 que diz: " Olho para os montes e pergunto: De onde virá o meu socorro? O meu socorro vem do Senhor Deus, que fez os céus e a terra. Ele é oseu protetor, está sempre alerta e não deixará que você caia. O protetor do povo de Israel nunca dorme, nem cochila. O Senhor guardará você, Ele está sempre ao seu lado para protegê-lo. O sol não lhe fará mal de dia, nem a lua de noite. O Senhor guardará você de todo o perigo, Ele protegerá sua vida. Ele o guardará quando você for e voltar, agora e sempre." ( Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

quarta-feira, 22 de junho de 2011



" Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento." Clarice Lispector

domingo, 19 de junho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Telhados



Hoje foi um dia de pensar, (re) pensar e pedir forças para continuar. Lembrei dos tempos de F.Pedroza. Das tardes em que sentava na porta para ouvir centenas de pardais na sua algazarra de fim de tarde quando voltavam para o ninho num chilrear sem fim. Hora também do sol ir embora, fazendo com que as sombras fossem ficando cada vez maiores e uma brisa amena soprasse naquele lugar de pedras. Do lugar onde eu sentava podia ouvir restos de conversas, gritos de crianças que corriam, como que ensaiando uma coreografia nas ruas sem calçamento que desembocavam num pequeno rio temporário, onde só existia lixo e alguns animais famintos buscavam alimentos para si. Os pardais se acomodavam em uma grande árvore que jogava os seus ramos para o quintal da casa que eu morava, e sentada na porta observava os telhados e pensando naqueles telhados foi que pedi para meu amigo Tadeu Moscatelli desenhar para mim uns telhados e ele desenhou casinhas coloridas fazendo-me lembrar daquele lugar tão cheio de vida, e ao mesmo tempo sem vida. Três anos de aprendizado naquela cidade, um grande estágio para a obra de Deus. Não sei por onde andavam aqueles pardais, mas todos os dias na hora certa eles retornavam com seus gorgeios para aquela árvore e eu sentava para esperá-los observando os telhados. Telhados velhos que abrigam sonhos/ gosto de vê-los lavados pela chuva/ os pingos que caem em forma de gotas brilhantes lustrando as histórias vividas debaixo dos telhados/que abriagam vidas/ vidas que choram/alegram-se, vibram/silenciam/gemem se contorcem/telhados que aquecem sonhos, abrigam fantasmas antigos que rondam as vaidades e assemelham-se a realidade. Telhados azuis/vermelhos, marrons/ debaixo dos telhados as vidas dormindo acordadas, sonham e acordam para mais um dia que nasce e desperta junto com os pardais. Desenho de Tadeu moscatelli - Blog Desenhadinho.com

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Fases






O tempo passa como o vento e vai nos levando, sem darmos conta do quanto estamos distantes daquilo que planejamos para nossas vidas. Entramos numa fase atemporal. Nada muda, nada é igual... Fases antagônicas, tempos dificeis. Greves, chuvas, frio... Pessoas perdendo emprego, lares, amores. Pessoas morrendo; tudo delindo-se, indo-se com o tempo. Mãos vazias que pedem socorro... O que fazer? Cada dia uma tarefa mais difícil. E o tempo? Onde encaixar a dor, a decepção, o amor? Este sentimento tão falado e tão pouco sentido entre os humanos, raramente compartilhado... Quanto tempo nos resta? Não sei se hoje estou amarga, agridoce ou apenas sem assunto. Olho as teclas, as letras, formo palavras que gritam, emudecem. Não quero calar. Está tudo cinza, a paisagem, o dia, o tempo... E uma chuva fina vai caindo deixando no ar uma quietude, uma saudade de outros dias passados; outros tempos em que o barulho dos pingos se confudiam com outras estações; outras canções que hoje não tocam mais. O tempo não é retroagível, não posso voltar... É inverno em meu coração, uma fase, um período...( ou não ). Tenho ouvido sobre dores emocionais, fisícas e espirituais; dores que não sei o antídoto para elas, apenas ouço e deixo falar o coração. Onde está o balsámo de Gileade para trazer alívio aos corações angustiados? Vejo o deserto. Adiante, muito distante, dos viajantes o óasis! Muitos estão sem forças para alcançá-lo e eu não tenho a chave do tempo nas mãos. Não posso retê-lo, ele corre veloz. É implacável na ação. Precisamos andar, andar a passos largos para encontrar o céu. Encontremos tempo para servir a Deus. Busquemos enquanto é tempo, antes que venham outros dias, outras fases, outras estações. " Apressa-te, avia-te, não te demores. Apenas há um passo entre mim e a morte." ISamuel 20:38,03.