Perdoe!

Há algum tempo lí um livro que falava do poder do perdão. (Além do Perdão) falava sobre traição entre conjuges. E esse livro me fez refletir que muitas vezes a maioria das pessoas e eu me incluo entre elas, só conhecemos o poder de uma mágoa e o mal que ela nos causa. Eu sempre soube que mágoas acumuladas viram tumor, nódulos, insonias e dor... de vários tipos. Por outro lado também sei que perdoar é uma tarefa delicada, bastante delicada. Muitas vezes esquecemos as 70x7x que nos é ensinada através de Jesus e preferimos não pensar, fingir, retirar da mente o que nos faz mal por lembrar. Não queremos lembrar, mas não esquecemos... Não perdoar faz sentir um nó no peito que se aperta sem pena nem desejo de desatar... Provoca um mal estar fisíco um contrair de músculos numa tensão quase insuportável. Sofre-se calado, fala-se em silêncio... não se sabe o que se quer: continuar nutrindo a amargura ou arriscar tentar perdoar. É tudo muito confuso num momento em que o foco é não se conformar. Querer dar o troco, necessitar revidar... Não se sabe das sequelas de um dia se vingar... Lendo aquele livro e lendo também a Palavra de Deus pude perceber que é possível perdoar, mas conclui que isso seria muito mais difícil do que eu supunha... Seria preciso abandonar certas crenças, extinguir parte do orgulho pessoal e seria primordial perdoar-se primeiro pelos sentimentos nocivos que trazemos no peito. Trabalho árduo, doloroso, que desmonta a rigidez do nosso comportamento, do nosso eu. Em geral exigimos do outro o que faríamos se estivéssemos no lugar dele. Assim, pegamos pesado no julgamento e esquecemos o essencial:cada um é um e nossa maneira de ser pode não ser a melhor, mas é o que realmente somos... Aprendemos a armazenar as mágoas como se delas fôssemos precisar um dia. Olhamos para a despensa da nossa vida e constatamos prateleiras empilhadas de frustrações, desgostos, amarguras e vinganças ainda "fechadas". Não somos capazes de identificar cada uma delas, mas sabemos que já tinham seu prazo de validade vencido. Por que "armazenamos" produtos tão perecíveis? Uma mágoa de ontem não contém o mesmo teor depois que o tempo agiu, mas onde está a nossa maturidade para exercer o papel da mudança e da transformação no nosso coração tão apertado de dor? É por isso que andamos pesados, com excesso de carga nas costas. No peito carregado de tristeza parece não haver lugar para as alegrias e muitas vezes as deixamos na porta, por lotação esgotada de rancor. Por que guardar aquilo que não desejamos reviver? Por que insistir em RE-sentir sentimentos tão doídos? Não vale à pena guardar rancor, conservar mágoas, perpetuar discórdias... Perdoar pode não ser tão complicado! Basta nos colocar no lugar do outro e, sem hipocrisia, imaginar que poderíamos agir da mesma maneira ou pior, caso estivéssemos no lugar dele. Aí sim, seria mais fácil desejar o perdão alheio, não é? Portanto, não espere chegar a noite ou nos tornarmos bonzinhos busque hoje o perdão para sua vida, o tempo promete e cumpre a missão de aliviar as dores e provocar a sensação de estranheza diante daquilo que um dia nos causou tanto sofrimento... porém, somente nós poderemos escolher perdoar... Persistir na dor é negar-se o direito de conhecer o prazer de viver leve, "esvasiado" de ressentimentos reprimidos...Nada melhor do que ultrapassar momentos dolorosos tirando deles lições para o porvir! Nada melhor do que per-DOAR... "Tudo o que o homem semear, ele também ceifará. /Adaptado