Ontem passei grande parte da tarde tentando escrever alguma coisa. Só nas tardes em que fico em casa posso vir aqui e escrever. Não gosto do turno vespertino na escola em que trabalho como vice diretora, pois não me identifico com a clientela do ensino infantil e fundamental I. Gosto do matutino e preferencialmente do noturno pois lá estão todos meus ex-alunos. Sinto uma falta grande do contato com meus alunos na sala de aula. E o interessante é que eles continuam procurando por mim até aqui em casa. Me contam "os babados" e "resenhas" das rodas de conversa deles... Tem os que pedem para eu preparar estudos sobre predestinação, livre arbítrio, namoro e vários outros temas. Outro dia estava Richel e Arielle lembrando de um dia que eles fizeram tanta bagunça na sala de aula, que sai chorando e entreguei a disciplina de geografia. Odiava ensinar geografia, e essa bagunça foi a gota d'água. Eu fico pensando em todas as situações que passei com meus alunos/amigos, as aulas de campo, as feiras de ciências que organizamos e foi show, nossos primeiros encontros... O primeiro dia de aula. Quando lembro que já tive 21 diários para colocar notas... Do dia da eleição de diretores e nossa chapa foi a vencedora. Tenho muitas lembranças boas desses 09 anos em Arez. O tempo passou voando. Agora eu estou tentando escrever o que ontem não consegui. Queria falar do passado, das coisas que nos deixam conectados nessa etapa das nossas vidas e que dificilmente conseguimos largar... A infãncia, a família, os lugares por onde passamos. A nossa história fica no passado e dele fazemos nosso futuro. Quinta-feira eu estava na igreja e falei sobre meu pai, dos princípios éticos que ele nos ensinou em vida. Respeito, obediência, disciplina e fidelidade, foram a base para nos alicerçarmos e caminhar com nossos pés. Eu queria falar sobre esse tema porque alguém me disse que eu deveria deixar os fardos no passado. Não sei se quero deixar coisas inacabadas aqui. Não quero guardar mágoas e ressentimentos, não quero ser guardiã dos monstros que povoam as noites insones de ninguém. Quero ser a mensageira do verbo amistar, do amor e bem querer. Quero poder levar uma palavra que tire o peso dos que já andam carregados de dor. Quero ser portadora do abraço das ovelhas que chegam e dizem: Tua palavra trouxe alívio ao meu coração. Quero continuar levando minhas lembranças e meu passado, de mãos dada com meu futuro. E principalmente falar do grande amor de Deus, da diferença que fez esse amor em minha vida.
Irmã Luciene falar do passado as vezes eu não gosto muito, mas tem coisas do passado que não consigo esquecer, e faço questgão de nunca esquececer; que são coisas boas que aconteceram na minha vida, disso jamais eu me esquecerei. tenho lembranças boas, mas também tenho lembranças ruins; mas existe vitória sem luta?
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