Ainda estou chocada com a barbárie que aconteceu em Realengo/RJ. Lembrei de várias outras esquecidas por todos nós. Candelária, Vigário Geral, Yanomamis... E tantos outros atos de violência que assistimos pela TV, seja ela fechada ou aberta. Agora Realengo. Será que estamos nos acostumando a assistir passivos todos os dias a crueldade e fechamos os olhos achando que ela não chega até nós? Trabalho em uma escola pública e todos os dias fico na entrada para receber os alunos do turno noturno. Olho para cada um e não sei quem são na realidade. São meus alunos, aliados, parceiros, mas até quando? Adolescentes, adultos... e em cada turno temos mais de 300 alunos sei o nome da maioria deles, brinco chamo -os de meus bebes, mas será que os conheço? Fico no refeitório na hora da merenda, e como dizemos na escola, saio com alguns coordenadores para fazer a "ronda". E aqui entra os porquês que angustiam a minha alma todo as as noites em que volto para casa com o sentimento de gratidão por mais um dia que passou. E vendo o sepultamento dos nossos brasileirinhos, como disse em sua fala a nossa presidente, eu me pergunto: " Para que por que? Por que somos acordados quando o sonho nos livra do pesadelo? Por que esquecemos das lembranças boas quando a maldade se torna presente? Por que nos separamos dos amigos quando nos unimos no amor? Por que só lembramos das lições quando as "provas" já terminaram? Por que desejamos ser adultos quando ser criança é saber como viver? Por que exigimos tudo quando nada do tudo que podemos foi feito? Por que imploramos por amor quando o rancor nos cega de dor? Por que elegemos o próximo como réu quando o crime foi de nossa autoria? Por que perguntamos tanto quando já sabemos a resposta? Por que respondemos quando não existe mais nenhuma pergunta? Por que calamos quando nossa palavra é determinante nos atos? Por que tanta hipocrisia quando não podemos "fingir ser" no momento de "ter que fazer"? Por que falamos tanto quando o silêncio solicita a mudez que fala mais do que as palavras? Por que procuramos um culpado quando o julgamento já determinou a sentença e nada poderá ser mudado? Por que só invocamos por Deus quando precisamos nos ocultar? Tantas perguntas em busca de respostas que não sei explicar nesse caos que se agiganta em nosso viver. Esses porquês na verdade são as causas dos meus desencantos, meus desafetos e minhas incertezas no desejo de acertar. Não consigo respostas para todas, mas tenho tirado dessas perguntas um grande aprendizado nas consequências do perguntar. Saber o porquê não me livrou das consequências das minhas escolhas enquanto vou tentando conhecer as respostas. E assim os porquês deixam de ser a causa quando o efeito é assumir por quem? E assim, vamos construindo as nossas respostas e definitivamente não encontramos nada que venha nos consolar por perdas que não tem como ser reparadas. Nossos governantes se comovem, mas não traçam rumos para deter a violência, a desigualdade e tantas outras mazelas que rondam as nossas cidades e as nossas crianças. Choramos pelo Japão, Choramos pelo Brasil!
Chocados com tanta falta de Deus na vida dessas pessoas,ficamos todos nós.Morrem inocentes sem ter nada a ver,com maldades e loucuras,se é que possamos assim dizer.Quanta crueldade numa só pessoa,e o pior,é que tem tantos espalhados por esse mundo inteiro.O que podemos fazer,é pedir a esse Deus Todo-poderoso para livrar a todos nós,e as nossas crianças.Um beijo no coração.
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