segunda-feira, 2 de maio de 2011

Escrever, Por que?


A resposta direta seria: Escrevo porque sou ambivalente, insegura e desejosa de cumplicidade e pode ser que neste canto eu encontre a minha outra face, a que deseja voar, cantar, e escrever, escrever até que as palavras se tornem um sumo adocicado e venha adoçar a vida dos que leêm, mesmo sem saber quem escreve desse lado de cá. Passei vários dias vindo aqui. olhava a página em branco e fechava, saía, depois entrava. Resolvi ler, Laços de família de Clarice Lispector não consegui, estava inquieta.Somos demasiados frívolos, buscamos o atordoamento das mil distrações corremos de um lado para outro em busca de soluções para nossas inquietudes e as vezes as portas que se abrem nos deixam ainda mais confusos, mais atordoados. Quando deveríamos apenas parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos da nossa vida, dos amores, mesmos os que já foram embora ou estão adormecidos. Amadurecer, tirar as máscaras, (re) inventar,inverter as posições dos móveis, limpar os armários da alma e sair do casulo em que nos sentamos confortáveis. Escrevo para mim? Também tiro proveito do que vem na ponta dos meus dedos nessas teclas mudas que ao meu comando vão formando idéias e pensamentos. Não sou tão expontânea na conversa como sou aqui com minhas teclas. Escrever alivia o coração, deixa a alma leve. É como jogar meus barquuinhos na enxurrada e deixar que ela os leve para desaguar em outros mares. Volta e meia me pego rebuscando nas agendas, os rascunhos dos fragmentos da minha vida que foram sendo refeitos nos vales e nos montes, as vezes não me reconheço no meio do caos, das cicatrizes, das feridas expostas, do coração sangrando. Será que estou cumprindo a missão que me foi delegada? Desço a fonte, encho meu cântaro e subo por que sei que posso ser moldada, refeita... O oleiro da minha vida sempre chega na hora para me (re) fazer.

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