Não consigo começar a escrever. Tenho a idéia e ela não se atreve a se manifestar. Então para não sair daqui sem nada, resolvi postar uma crônia de Vicente Serejo. Acho que é de 2002. Encontrei perdida em uma agenda. Com a data de 28 de junho de 2003 e junto dela uma referência sobre o meu humor na época.
Então resolvi olhar a solidão dos outros.E nem notei que a solidão, as vezea é visível, eu que levei anos e anos para descobrir as oscilações da alma. E para entender, quase sem querer, que alguns dias e algumas noites a consciência bate no seu ombro e avisa: estou aqui.
Não há muito o que fazer diante da consciência. No máximo é possível ter coragem, embora sabendo que um corajoso, diante dela, pode muito pouco.
Nesses dias e nessas noites a consciência é bonita e sensual e resta quase nada a fazer, duas ou três frases a compor e um desejo vago de ler poemas.
E foi olhando a solidão dos outros que descobri a minha solidão. Não a solidão do divã do psiquiatra, aquela movida pala ausência. Falo da solidão pior, daquela que fica entre o gesto e o pensamento, do destino solitário de amar sozinho seja lá o que for, uma mulher, um bicho ou uma paisagem.
O gesto solitário de olhar o olhar dos outros e perceber, sem saída, que a solidão tem um gesto próprio de ser e de se revelar.
Há sempre uma solidão na gente, no desvão mais escondido da alma e se é só dormindo, sonhando, lendo ou conversando, ainda que diante de nós estejam várias pessoas.
A solidão de não ser querido por quem mais se deseja ou a solidão de ser abandonado em sua verdade só porque, um dia, disseram sem provas que você era assim. A solidão de ter todos em sua volta, mas sabendo que não tem ninguém e depois da festa você vai voltar sozinho
Pensar, por exemplo, na solidão feliz dos que desejaram viver o perigo permanente da conquista e da perda, como se a vida fosse o grito nervoso da bolsa de valores: ações de amor ao portador, certificados de depósito
bancário sem credor, operações de risco e desamor.
Então vem a dúvida se vale à pena ter tanta certeza e se há alguma utilidade em se ser seguro de tudo. Há sempre uma armadilha no chão mais íntimo porque a alma de cada um esconde sempre uma tristeza que não é fácil de ser revelada até porque nem se sabe mesmo se é tristeza ou não.
Por isso resolvi olhar a solidão dos outros. Para ter certeza de que cada um vive a sua forma de solidão. Basta que toque no rádio uma canção sem graça que a ninguém diz nada. Mas por conta de alguns versos tolos, de uma poesia vulgar, faça de você alguém muito só. Como um dia descobriu o poeta Ferreira Itajubá quando viu sozinho, a solidão tristíssima dos morros."Terminei de transcrever essa linda crônica de Vicente Serejo e enquanto estava aqui digitando, minha mente ia em alguns lugares e pensei em tanta gente querida que está só...Rodeados de pessoas e com a alma tristíssima pelo vazio que carregam em seu interior.Lembrem-se!!!!! "Não estás só nesse deserto..."
É tão bom vir aqui e ver q vc postou alguma coisa,e que concerteza essas linhas foram de encontro ao coração de alguém, só tenho uma coisa a dizer;OBRIGADA.
ResponderExcluirNao pare de escrever por favor,rsrsrs
A solidão é você escutar o silêncio da pessoa amada, o frio das palavras não ditas é sentir o vazio do viver.
ResponderExcluirNão existe coisa melhor nestemundo do que entrar no seu blog e se identificar com cada palavra dita, com cada texto escrito, e esse parece muito comigo, eu vejo a solidão dos outros, mas tbm me sinto muito solitária. as vezes estou em algum lugar rodeada de pessoas, mas parece que não tem ninguém, me sinto como se estivesse sozinha. mas eu consiente de que Deus jamais me deixa só e é por isso que eu sou apaixonada por Cristo. que o Senhor Jesus te abençõe.
ResponderExcluiragora ja sei pra onde correr quando estiver triste,suas palavras me emocionam pois sou uma garota tao cheia de solidão apesar de minha aparencia ser de alegria mais meu coração vive triste e solitario e não posso demonstrar isso toda hora pois iria encomodar todos a minha volta!!!!!!!!!!
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