Estava lendo um conto de Monteiro Lobato, eu considero um clássico da literatura - Negrinha. Enquanto lia, sentia-me absorvida em devaneios. "(...) Era de êxtase o olhar de Negrinha. Nunca vira uma boneca e nem sequer sabia o nome desse brinquedo. Mas compreendeu que era uma criança artificial. - É feita?... - perguntou extasiada. E dominada pelo enlevo, num momento em que a senhora saiu da sala a providenciar sobre a arrumação das meninas, Negrinha esqueceu o beliscão, o ovo quente, tudo, e aproximou-se da criaturinha de louça. Olhou com assombrado encanto, sem jeito, sem ânimo de pegá-la. As meninas admiraram-se daquilo. -Nunca viu boneca? - Boneca? - repetiu Negrinha. - Chama-se boneca?(...)" Este conto que encanta nossas mentes. Lí. Já perdi as contas das vezes, e sempre choro com a ternura e fragilidade de Negrinha. Dessa vez, enquanto lia, fui lembrando de uma boneca de pano que eu ganhei de tia Alice, fui dar uma olhada no blog da Daluzinha e ela postou sobre a paixão que despertava em sua mãe às bonecas de pano. Seria um sinal? Conversei com Joelma e a idéia foi surgindo da lembrança da boneca de pano. Fui me perdendo em um labirinto de bonecas. Eram magrinhas, cheinhas... recheadas de lã, de emoção, de amor em profusão dos dedos rebuscados das nossas avós, tias e madrinhas. Bonecas coloridas, cinzas, tristes, sorridentes, olhos de conta, de linha com estrelinhas, vestido de chita ou cetim, lábios de carmim. Não era uma Barbie mas nos encantava. Cabelos pretinhos, de trancinha parecendo que Negrinha se materializou em boneca de pano. Quem seriam suas donas? Meninas felizes ou infelizes? Carentes? Doentes? Sem dentes? A boneca Emília de tia Anastácia, boneca falante, andante, picante em suas tiradas. Boneca de pano! Ela fala? E a minha boneca? Magrinha chamada Tereza. Era o nome de uma prima lá de Fortaleza, vestido de chita de bolinhas, feita com a mão do amor de minha tia. Minha boneca de pano era encantada, ela tinha coração, - o meu coração. Seus olhos eram duas estrelinhas e suas bochechas rosadas, tinha um rosto estático e sem brilho, seu olhar era triste, talvez como eu. Tinha duas tranças pretas de uma estranheza perfeita, como os olhos tristes de Negrinha que foi seduzida por uma boneca de louça. P.S. Eu ainda guardo, até hoje, um boneco de louça. Presente que ganhei de madrinha Vilaneide quando completei 5 anos. Eu queria ainda hoje encontrar em algum baú a minha boneca de pano.
Como sempre você consegue brincar com as palavras. Muito lindo! Joelma Marques
ResponderExcluirrsrsrsas minhas meninas amaram ver as figuras das bonecas, por incrivel q pareça elas amam bonecas de panos, principalmente qndo são feitas pela avó Dasdores. Acho incrivel cm elas preferem as bonecas de pano rrsrs
ResponderExcluirOiiiii Lu obrigada por suas lindas palavras e olhando seu blog dá pra perceber o qto vc é apaixonada pelo que faz, lindo lindo o seu cantinho e é claro que virei aqui sempre dar um olhadinha e dizer um "oi" e é um honra ter vc como uma amiga!
ResponderExcluirBeijinhos fofossss cheiiiiinhos de contos encantos!!!
Eu amo bonecas!!!!!!
ResponderExcluirOlá Luciene, li seu texto.
ResponderExcluirLuziene deixou um recado no orkut da minha filha falando da sua crônica e que você ainda tinha a bonequinha que eu lhe dei quando era criança.
fiquei surpresa e feliz por ainda guarda-la! Ainda me lembro do dia que dei a você!
Naquele tempo só se usava mais bonecas de pano, eram lindas!!
Parabéns pelo texto! eu adorei, você escreve muito bem!
saudade de você e de todos.
beijo e fiquem com Deus!
Vilaneide
quero aprender a fazer bonecas de pano vc me ensina
ResponderExcluirOlá gostaria de saber qual é o preço das bonequinhas de pano eu queria pra colocar na mesa dos convidados no niver da minha filha de 3 anos, o tema é bonecas de pano.
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